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terça-feira, 12 de abril de 2016
Educação a distância ainda gera desconfiança, diz estudo
Mariana Tokarnia – Repórter da
Agência Brasil
O
ensino superior a distância ainda não tem a confiança de grande parte dos
potenciais estudantes. Um levantamento feito pelo Instituto Data Popular revela
que 93% dos jovens com menos de 24 anos e 79% dos que têm mais de 24 anos não
querem fazer cursos a distância, nem semipresenciais. Eles desconfiam da
qualidade da formação e têm medo de o curso não ser valorizado pelo mercado de
trabalho.
Encomendado
pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp), o levantamento
mostra que as instituições terão que fazer algumas adequações para atrair mais
estudantes. “É preciso mudar a oferta de EaD [educação a distância] e é necessária
uma mudança de imagem”, diz o diretor executivo do sindicato, Rodrigo Capelato.
De
acordo com o Ministério da Educação (MEC), a educação a distância vem
registrando crescimento de 18% ao ano em número de matrículas. O último Censo
da Educação Superior, de 2014, mostra que 1,2 milhão de matrículas na
modalidade à distância, o equivalente a 90% dos cursos de EaD, são em instituições
privadas.
Neste
ano, o MEC homologou uma nova resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE)
com diretrizes e normas para a educação superior a distância. Em até quatro
meses, a modalidade deverá ter uma nova avaliação e novos parâmetros de qualidade.
Menos
da metade quer fazer faculdade
O
levantamento tem como foco integrantes de famílias com renda média de R$
1.806,57 e R$ 3.463,03, ou seja, a chamada nova classe média. O estudo mostra
ainda que pouco menos da metade daqueles com ensino médio completo, 47%, deseja
fazer uma faculdade. Grande parte cursou o ensino médio apenas em escola
pública (82%) e trabalha (66%).
A
maioria dos potenciais universitários não considera as instituições públicas de
ensino superior acessíveis. Embora considerem os estudos importantes, eles
citam entre os motivos para não cursar o ensino superior o medo de perder o
emprego e de não conseguir pagar a faculdade. Na hora de escolher um curso
superior, o que pesa principalmente é a qualidade – 87% daqueles com menos de 24
anos e 77%, com mais de 24 anos destacam a qualidade como fator principal na
escolha.
O
Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) é visto como a saída para a maioria
dos entrevistados (54%). No entanto, as mudanças feitas desde o ano passado e
as restrições à obtenção do financiamento assustam os potenciais
universitários. A pesquisa mostra que 55% têm seu plano de ingresso na
faculdade prejudicado pelas mudanças no programa.
O
Semesp representa 383 mantenedoras e 538 instituições de ensino em mais de 140
cidades do estado de São Paulo. O objetivo do estudo é conhecer os potenciais
estudantes e melhorar a oferta de cursos. Em uma sondagem realizada pelo
Semesp, no período de 3 a 10 de março deste ano, o número de novos alunos do
ensino superior do estado de São Paulo caiu 15,23% em relação ao mesmo período
do ano passado. No Brasil, 71% das instituições de ensino superior
participantes da sondagem afirmaram que tiveram queda no número de novos
alunos.
Edição: Nádia
Franco
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